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Então malta sabem o que é a Web 2.0?

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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Os equívocos da admirável nova Web - dn - DN

Os equívocos da admirável nova Web - dn - DN

Conteúdo colaborativo e/ou participativo



Os blogs e a própria Wikipedia são frequentemente mencionados como ícones da Web 2.0. Entretanto interfaces colaborativas e participativas sempre existiram desde que a Internet dava os seus primeiros passos (no berço das universidades). Listas e fóruns de discussão - até mesmo a Usenet - são exemplos antigos de colaboração e participação. Em 1995 o GeoCities (actualmente pertencente ao Yahoo!) oferecia espaço e ferramentas para que qualquer usuário relativamente leigo construísse o seu website e publicasse as suas idéias na Internet. A loja virtual Amazon desde o seu lançamento (em 1995) permite que os seus clientes e visitantes postem comentários e informações diversas sobre livros que são vendidos na loja. A Amazon também já sugeria produtos correlatos (“pessoas que compram este CD também compram…”) como forma de monetizar ainda mais a operação. Em 1998 o Yahoo! lançava o MyYahoo!, permitindo que a página de entrada do site fosse customizada e personalizada (com notícias, cores e afins) individualmente. Desta forma, conteúdo participativo e/ou colaborativo não seria uma idéia nova e revolucionária, surgida na Web 2.0. Ao contrário, seria um dos pilares mais antigos da Internet, permitindo que virtualmente qualquer indivíduo ou empresa publique e compartilhe informações na rede.

De qualquer forma, a Web 2.0 marcou o amadurecimento no uso do potencial colaborativo da Internet. No jornalismo, por exemplo, a produção colaborativa tem sido usada para aumentar a gama de assuntos abordados em portais de notícias. Terra, UOL e iG são exemplos de empresas que permitem a qualquer usuário publicar as suas próprias notícias. Dessa forma, além de dar ao usuário a sensação de interagir/fazer parte do portal, essas empresas conseguem ter um volume de notícias que não conseguiriam caso tivessem de remunerar profissionais para produzi-las.

A mesma lógica de "monetização" do conteúdo colaborativo tem sido usada em comunidades de nicho. O site Outrolado, do portal UOL, convida participantes a escreverem artigos sobre Internet e tecnologia no site. Com isso, o portal oferece renome e visibilidade aos usuários que tiverem os seus artigos publicados e ao mesmo tempo viabiliza o seu negócio, disponibilizando conteúdo relevante sem necessidade de remunerar financeiramente todos os autores.

Colaborativamente, a web 2.0 também pode ser usada como uma ferramenta pedagógica para a construcção de conceitos. É neste sentido que a chamada “arquitectura de participação” de muitos serviços online pretende oferecer além de um ambiente de fácil publicação e espaço para debates, recursos para a gestão colectiva do trabalho comum. No entanto, devemos estar atentos ao facto de que, quando se discute o trabalho aberto e colectivo online, não se pode pensar que não deva haver a regulação das relacções. Igualmente ao trabalho colectivo não virtual, há sempre possibilidades de termos que lidar com acções não prudentes e desvinculadas do objectivo principal do projecto. Uma rede social online não se forma tão e somente pela simples conexão de terminais. “Trata-se de um processo emergente que mantém a sua existência através de interações entre os envolvidos”. (PRIMO, 2007, p. 21).

Marketing e publicidade


O marketing e a publicidade online também mudaram muito com a web 2.0. Agora a empresa já não pode comunicar, ela deve aprender a interagir. A publicidade deixou de ser uma via de mão única, onde a empresa emite uma mensagem que o consumidor recebe. Como a Internet é feita de gente, a publicidade tornou o relacionamento entre pessoas da empresa e pessoas que são consumidores.

Isso inclui um novo conceito chamado marketing de performance. Neste novo conceito, contratamos o serviço de marketing e só pagamos pelos resultados que recebemos. Nada de estar na Internet só para não ficar fora dela, agora toda acção online deve ser interessante do ponto de vista do retorno sobre o investimento.

Além disso, as antigas formas de publicidade online deram lugar a campanhas onde nós só pagamos pelos cliques que o nosso banner recebe, marketing através de links patrocinados em sites de busca, optimização de sites para sites de busca e marketing viral.

Essas acções tornaram a experiência com as marcas muito mais interessantes, sendo assim fizeram com que um número cada vez maior de empresas apostassem em acções de marketing com esse conceito.

A web 2.0 foi responsável também pelo surgimento de ações cross-media que unem a internet com outras mídias. São ações que começam em um anúncio de jornal ou em um comercial na televisão e continuam na internet com a participação dos usuários.

Novas formas de lucrar


Surgem novas formas de ganhar dinheiro com a internet. Uma delas se chama Long Tail (A Cauda Longa). Uma loja virtual pode ter um catálogo muito grande, cheio de itens que vendem pouco e não valem a pena para lojas comuns que têm um alto custo para manter o produto na prateleira. Mas justamente por serem difíceis de ser encontrados em lojas comuns é que estes são os itens mais preciosos para quem gosta deles.

Por isso, o modelo de vendas na web 2.0 deve ter um sistema para fazer as pessoas descobrirem estes itens únicos do catálogo - por exemplo: “pessoas que compram este CD também compram…”. A venda de muitos itens que individualmente vendem pouco traz muito mais retorno financeiro que as vendas de produtos que individualmente vendem muito.

Outra forma de monetização da nova internet são os softwares como serviços. São programas que funcionam através da internet e são pagos mensalmente. Além destas duas, há outras como: a venda do conteúdo de um site que foi gerado pelos usuários, a venda de informações usadas para fazer um programa (ex. as fotos aéreas que são usadas no Google Maps) e venda de espaço para publicidade onde se paga somente quando o usuário clica no anúncio.

Web 2.0 e o conteúdo

O conteúdo dos websites também sofreu um enorme impacto com a Web 2.0, dando ao usuário a possibilidade de participar, geralmente gerando e organizando as informações. Mesmo quando o conteúdo não é gerado pelos usuários, este pode ser enriquecido através de comentários, avaliação, ou personalização.

Algumas aplicações Web 2.0 permitem a personalização do conteúdo mostrado para cada usuário, sob forma de página pessoal, permitindo a este a filtragem de informação que considera relevante.

O conceito usado é comparável com o do software livre: se há muitas pessoas a ver, todos os erros são corrigidos facilmente. Para isso existem comunidades que se auto-moderam, através da participação dos usuários indicando ao sistema qual usuário não deve mais participar da comunidade.

Dentro dos princípios da Web 2.0 o conteúdo deve ser aberto, utilizando licenças como "Creative Commons" que flexibilizam os direitos autorais permitindo que o usuário reutilize (republicando, alterando ou colaborando) o conteúdo. O compartilhamento de informações deve dar ao usuário a possibilidade de reutilizá-lo.

Além do conteúdo editorial e noticioso, na web 2.0 o conteúdo de alguns sites visa gerar comunidades, seja através de sites de relacionamento, seja através de comentários em notícias e blogues.

A Web é a plataforma, o software um serviço


Na Web 2.0 os softwares funcionam pela Internet, não somente instalados no computador local, de forma que vários programas podem se integrar formando uma grande plataforma. Por exemplo, os seus contactos do programa de e-mail podem ser usados no programa de agenda, ou pode-se criar um novo evento numa agenda através do programa de e-mail. Os programas funcionam como serviços em vez de vendê-los em pacotes. Estes serviços podem ser cobrados com uma mensalidade, como a sua conta de água.

Outro conceito da web 2.0 que interfere na programação chama-se "Beta perpétuo". Na web 2.0 acabaram-se os ciclos de lançamento de programas. Os programas são corrigidos, alterados e melhorados o tempo todo, e o usuário participa deste processo dando sugestões, reportando erros e aproveitando as melhorias constantes. Em oposição ao que acontece com softwares tradicionais, em caixas, com instaladores e dependentes de um sistema operacional, aplicativos Web podem ser actualizados de forma constante, linear e independente da acção do usuário final. No caso de actualizações de segurança e desempenho, por exemplo, o usuário da aplicação seria imediatamente beneficiado sem mesmo tomar conhecimento.

Na web 2.0 os programas são abertos, ou seja, uma parte do programa pode ser utilizado por qualquer pessoa para se fazer outro programa. São utilizadas APIs para deixar que outros sites utilizem partes dos seus dados nos serviços deles. Em vez de grandes servidores provendo uma enorme quantidade de arquivos, na web 2.0 descobriu-se as redes P2P, na qual cada usuário é um servidor de arquivos e os arquivos são trocados directamente entre eles.

Interfaces com o utilizador


A Web 2.0 propõe uma experiência de uso semelhante à de aplicativos para desktop, frequentemente a fazer uso de uma combinação de tecnologias surgidas no final da década de 1990, que incluem Web services APIs (1998), AJAX (1998), Web syndication (1997), entre outras. Estas tecnologias aumentaram a velocidade e a facilidade de uso de aplicativos Web, sendo responsáveis por um aumento significativo no conteúdo (colaborativo ou meramente expositivo) existente na Internet. Estas também permitiram que usuários comuns, que até então não possuíam conhecimentos necessários para publicar conteúdo na Internet - pela ausência de ferramentas de uso simplificado - publicassem e consumissem informação de forma rápida e constante. Notadamente têm-se os blogs e wikis como expoentes desta massificação. Permitiu ainda o desenvolvimento de interfaces ricas, completas e funcionais, sendo que alguns aplicativos Web, ainda em versão beta, são considerados por muitos como "desktops on-line", proporcionando ao usuário um ambiente de trabalho inteiramente baseado na WWW, acessível de qualquer computador com conexão à Internet.

De forma particular, o AJAX permite ao usuário não esperar que uma página Web se recarregue ou que o processo seja terminado para continuar usando o software. Cada informação é processada separadamente, de forma assíncrona, de forma que não é mais necessário recarregar a página a cada clique.